Bom e fácil (enfim, a parte do bom digo eu que sou suspeito, o fácil garanto). Demora a preparar mais ou menos o tempo que demora a ler, o resto é tempo de forno e micro-ondas para descongelar.
Enquanto o forno aquece, ponho (um número variável de) lombos de pescada (daqueles limpinhos, sem espinhas nem peles) a descongelar e vou preparando um pirex "forrando" o fundo com azeite sobre o qual deito umas pitadas de sal, alho (nem precisa ser fresco, moído ou picado de frasquinho serve perfeitamente) e pimenta branca.
Para não ser sempre igual e porque nunca é mesmo que eu queira porque nunca me lembro como é que fiz da última vez e porque gosto de inventar, e, porque os cozinhados no forno são os que dão menos trabalho, é preparar o pirex, ligar o forno e esperar (ir regando de vez em quando para não deixar secar muito a carne), hoje o experimento decorreu da seguinte forma:
Cortado o lombinho em rodelas/fatias grossas, depois do fundo do pirex forrado com uma cama de azeite com umas pitadas de sal, alho moído e pimenta branca, assente a carne sobre a dita cama (que bem que soa!), regou-se com um pouco de vinho branco, temperou-se com sal, alho picado, pimenta branca, cominhos, pimentão doce (embora eu goste muito mais do nome "colorau" que parece ter caído em desuso), colocou-se uma rodelinha de chouriço picante (Damata, o único verdadeiramente picante) sobre cada rodela de carne (excepto duas porque há uma cliente cá da casa que não gosta de picantes), acrescentou-se ao molho 2 colheres de café de mostarda de Dijon (se fica bem ou não, não faço ideia, quem conhece sabe, quem não conhece fica a saber que nunca provo o que cozinho, nem para rectificar temperos). Por fim, e com pena de ter que deixar de falar assim desta maneira Vacondeusada, acrescentaram-se umas folhas de alecrim acabadas de colher ali no jardim (vantagens da vida no campo, fica também a casa toda a cheirar a alecrim, aos molhos, mesmo).
Aparte, no fogão, dei um entalão (não soa bem mas já ouvi esta expressão a cozinheiros dos a sério) a uma rodelinhas de batata para ficarem semi-cozidas antes de as juntar à carne no forno, deixei assar mais meia horinha e assim fica, em repouso e a apurar até ao jantar. Depois basta aquecer um pouco antes e, como é diferente, ouvir a sempre agradável reacção filhal, antes de provar, "isto tem um aspecto horrível" ou mesmo "nem penses que eu vou comer isso".
Isto faz-se em coisa de 1 horita e dá para ir trabalhando ao mesmo tempo, assim é a vida de um dono-de-casa do séc. XXI (21, para os mas novos).
Tanto quanto julgo saber, o principio de funcionamento e "praticidade" da bimby é o poder-se deitar tudo lá para dentro e a máquina que adivinhe o que é que nós queremos comer. Eu faço mais ou menos a mesma coisa mas com um tacho um bocadinho menos inteligente: ele não sabe o que é que eu quero fazer, mas eu sei: um spaghetti bolognese, que até é pecado escrever em italiano porque o que fiz hoje (sim, às 11 horas o jantar já está pronto) de bolognese tem o picado e pouco mais.
Como é que funciona então o tacho-abimbylhado? Simples, claro. Podem fazer-se várias combinações, mas o processo é sempre o mesmo, por isso vou descrever o que inventei hoje (logo se me lembrar, depois do spaghetti cozido acrescento imagem): cobre-se o fundo do tacho com uma fina camada de azeite, hoje juntei "Heinz Refogado de Tomate", não costumo, mas como não ia usar polpa de tomate (o normal no mais abolonhesado) deu uma base para a carne que temperei com 4 cabeças de cravinho, alho picado (ou moído, é indiferente), pimentas branca e preta, alecrim, louro em folha seca, molho "Ferbar Piri-piri Hot" (pica pouco e dá bom sabor), sal e acrescentei um bocado de vinho branco (Don Rodrigo, daqueles tão maus que é seguro levar para uma reunião dos AA). Misturei tudo muito bem com cuidado para esmagar bem a carne com a colher de pau (sorry ASAE) para depois ficar a carne toda soltinha e não aglomerar e só então liguei o lume continuando s misturar bem até a carne ficar com aquele cinzento pálido.
Ao lado tinha já preparados para entrar em acção, um pacote pequeno de molho bechamel e duas latitas de cogumelos pequenos inteiros. Juntei primeiro a molhonga para não esmagar os cogumelos ao misturar, depois os cogumelos, misturar bem, deixar levantar fervura, lume no mínimo e esperar, 45 minutos chegam. Convém mexer de 10 em 10 minutos, 15 em 15 para os mais preguiçosos, eu disse que era tipo-bimby, se é para não fazer mesmo nada há os restaurantes.
Um pouco antes do jantar, acendo o lume, volto a deixar levantar fervura, vê-se se é preciso corrigir algum tempero e pronto. Só falta convencer os filhos de que sim, aquilo é spaghetti bolognese e que é bom.
Doce de 1 Ovo
1 ou + pessoas
TEMPO DE PREPARAÇÃO
5 minutos
Grau de dificuldade: 2
1 ovo
1 cálice de Vinho do Porto
Deve ser o doce mais simples de fazer, mas tem um senão: é preciso separar a clara da gema. Se abrir um ovo pode ser um dilema (ver receita “Torradas de Aviz”), fazer aquela coisa de ir deixando a clara cair para um recipiente fazendo a gema passar de uma para a outra metade da casca pode tornar-se dramático. Mas infelizmente é a única forma que conheço de separar a clara da gema, pelo que talvez não seja má ideia munir-se de uma boa meia dúzia de ovos para que pelo menos cinco sirvam para treinar.
Vamos partir do principio de que conseguiu sem ajuda (pode fazer batota) e que tem a gema numa chávena e a clara num recipiente, pode ser um tuperware, um alguidar, mas tem que ser alto pois vai ter que pegar na batedora (aquela máquina onde se enfiam dois ferrinhos com uma forma estranha na ponta) para bater a clara em castelo – e não tente fazer aquela coisa de virar de pernas para o ar para ver se está realmente em castelo porque o mais certo é acabar tudo no chão. Basta bater até que fique semi-sólida e branquinha.
À gema acrescente um pouco de Vinho do Porto (ou Madeira, Moscatel, Favaios, Carcavelos) e açúcar a mexa bem, agora com uma muito mais simples colher. Incorpore (quer dizer junte, mas na culinária esta palavra cai muito bem) o preparado da gema na clara em castelo, volte a misturar com uma colher e está pronto a ser consumido.
Se preferir, coloque no frigorífico e pode chamar-lhe um “semi-frio”, que dá mais credibilidade no caso de haver convivas. Se for o caso, lembre-se apenas de fazer isto com um ovo por pessoa...
Torradas de Aviz
TEMPO DE PREPARAÇÃO
10 minutos
Grau de dificuldade: 2
Pão (tipo Alentejano ou Mafra)
1 ovo
Se for daquelas pessoas que acha um acto arriscado cortar fatias de pão grande, saiba - se não o sabe – que estes já se vendem fatiados e há até locais que disponibilizam o útil serviço de uma máquina fatiadora. Mas vamos partir do princípio que é um às da faca e conseguiu cortar umas fatias de pão mantendo intactas 10 pontas de dedos.
O segundo dilema: já alguma vez abriu um ovo? Quando digo abrir é conseguir abrir a casca ao meio e colocar o conteúdo, livre de casca, num prato de sopa. Abrir um ovo pode requerer toda uma aprendizagem para passar da tendência inicial de simples esmagamento até conseguir realmente abri-lo. Vou tentar ajudar: pegue num prato de sopa e segurando o ovo pelas extremidades, dê uma pancada seca mas forte no bordo do prato. Se conseguir uma racha decente, enfie um dedo (não parece mas continuo a falar do ovo) e abra de forma a deixar cair a gema e a clara para o prato. Bata o ovo com um garfo até ficar uniformemente amarelo e com um pouco de espuma, está bom.
Deite um pouco de azeite numa frigideira, aqueça um pouco até o azeite se tornar mais líquido, faça-o percorrer todo o fundo da frigideira e como quase de certeza colocou azeite a mais, escorra para o lavatório deixando apenas a frigideira com uma camadinha de azeite.
Pegue agora numa fatia de pão, passe-a (dos dois lados) pelo ovo batido e coloque a fritar (mais ou menos já depende do gosto de cada um).
Por fim, depois de retirada da frigideira, barre com o mel e delicie-se.
Para tostas gosto de usar apenas dois tipos de pão: o chamado Alentejanos, cortado em fatias (cada fatia, cortada ao meio dá uma tosta), daquele bem massudo, sem buracos, ou destas modernices o que tem o estranho nome de Chapata que é um pão rectangular e baixinho.
Apesar de se poderem fazer tostas com quase tudo, desde que se tenha uma tosteira, obviamente, deixo algumas de minha preferência.
A tosteira, contudo, merece uma referencia previa: há dois tipos de tosteiras: as armadas em boas, que trazem forminhas que depois fazem tostas em triângulos, em formato de concha, etc. Essas não prestam. Por duas razões, porque não apertam o pão e porque os moldes são feitos a um certo tipo de pão quadrado e que não amolece e que se cola a tudo o que é buraco e abobada bucal e que eu dispenso em absoluto. Depois há a tosteira tosca, parecem assim uma mistura de grelhador duplo com uma prensa e é isso que são porque é para isso que servem: tostar e prensar o pão. Estas são as que fazem as boas tostas.
De Atum
1 ou + pessoas
TEMPO DE PREPARAÇÃO
5 minutos
Grau de dificuldade: 1
1 lata de atum Bom Petisco
Maionese Heinz
Azeitonas pretas em rodelas (opcional)
Para preparar um patê de atum temos que abrir a lata e deixar escorrer o óleo antes de retirar o atum para um prato de sopa. Adicionando 2-3 colheres de sobremesa de maionese, mexemos bem com um garfo, esmagando o atum e envolvendo na maionese até obter uma pasta – mas continue a chamar-lhe patê que ninguém vai querer provar tostas de pasta. Recheie sem medos (ou seja, muito) o pão, adicione umas rodelas de azeitonas se gostar, feche o pãozinho e ponha a tostar. Como é que se sabe se uma tosta está pronta? Quando por fora parecer uma torrada.
De Brie
Para
1 ou + pessoas
TEMPO DE PREPARAÇÃO
5 minutos
Grau de dificuldade: 1
Ingredientes
Pão
Queijo Brie Président
Mais fácil ainda, corte fatias de Brie, coloque no pão, faça a tosta. Só? Eu tenho um extra: depois de pronta, abro a tosta e acrescento uma ou duas folhas de alface – fazê-lo antes de colocar na tosteira pode não resultar muito saudável para o vegetal em causa.
De Queijo
1 ou + pessoas
TEMPO DE PREPARAÇÃO
5 minutos
Grau de dificuldade: 1
Queijo Flamengo Terra Nostra fatias
Maionese Heinz
O truque nesta é a combinação: o queijo com a maionese com que se barra o pão, em vez de ser com manteiga. Pode soar estranho, mas prove e depois me dirá.
Esta tem duas variante mais simples: fazer da mesma forma do pão com chouriço, só aquecido no micro-ondas até o queijo derreter ou torrando primeiro o pão na torradeira, barrando depois com a maionese, colocar o queijo e se ainda assim quiser que aquilo pareça uma tosta e não duas torradas com queijo no meio, dê-lhe dois murros para ficar espalmadinha.
De Creme de queijo com salmão fumado
Para
1 ou + pessoas
TEMPO DE PREPARAÇÃO
5 minutos
Grau de dificuldade: 2
Ingredientes
Pão
Creme de queijo branco
Salmão fumado
Nesta o creme de queijo como que substitui a manteiga ou a maionese e o salmão fumado (idealmente da Escócia, não havendo pode ser da Noruega ou Suécia, desde que seja do Mar do Norte) substitui o queijo o fiambre. No resto é igual a qualquer outra tosta. O segredo, se o há, está apenas em experimentar coisas e combinações.
Se estas fossem receitas normais, esta devia chamar-se Minch à Macaense, mas dá-se o problema de eu nem sequer saber se Minch se escreve assim quanto mais saber a receita original. Sei que a há, que é uma espécie de bolonhesa que, sabendo-a feita em Macau adivinho uma fusão entre ocidente e oriente e que é bom. O que para mim chega para me por a inventar. Inventar o quê? Isto.
Preparei uma carne picada adicionada com meio chouriço picante Damata, 1 cebola e 4 ou 5 dentes de alho picados no 1,2,3. Numa tigela acrescentei sal, pimenta branca e preta, cominhos em pó e em quantidade, louro em pó, alecrim em folhas (é aquele que em vez de ser um pacote de folhinhas tem uns pauzinhos, dá muito mais aroma à comida) e... molho de soja. E misturei tudo. Porquê molho de soja? Porque tenho uma vaga ideia de que a verdadeira receita o leva de facto e porque era a única coisa "oriental" que me soava cair ali bem, talvez por ser também a única que tinha em casa (o caril não conta aqui, é doutro oriente).
Desfiz depois a carne, que nesta fase tem mais aspecto de mistela que da dita, num tacho com um pouco de azeite e vinho branco - acrescentei mais vinho e molho de soja depois da carne devidamente soltinha - sobre a arte de não engranular o picado remeto para a leitura do meu livro onde está devida e detalhadamente explicada.
Ora o que acabei de explicar, tirando a soja, é, mais tempero, menos tempero, a forma como faço qualquer bolonhesa para o seu esparguete. Mas o que eu cozi foi arroz, Basmati. E mais, cortei umas batatas, 2 pequenas, para fritar cortadas em pequenos cubos e fiz chá preto.
Eu gosto de chá, para uma pausa, mas não as faço a cozinhar, não consigo fazer como as mulheres - permito-me generalizar por ser elogioso - que conseguem deixar tudo ao lume e ir fazer outra coisa (que não costuma ser ir beber chá...). Não, eu tenho que ficar ali a tomar conta senão fico nervoso. Para que era então o chá? Para dois propósitos. Por agora, para acrescentar à carne mal esta comece a secar após absorvido o vinho branco em que cozinhou inicialmente. Só o suficiente para manter um pouco de molho que esta bolonhesa não se quer muito líquida.
Corro um risco que não aconselho, nunca provo os meus cozinhados para rectificar os temperos. Confio no instinto para a intenção, na "não" para o tempero, o sal. Sabe deus (se souber) porquê, a coisa sai-me bem mas não se perde nada em ver pelo menos como está a coisa de sal antes de fechar o lume. Cozinhe uma boa meia hora com a tampa a quase tapar o tacho.
Nunca sirvo nada empratado, cada um tem o direito de comer quanto e como quiser, mas este tem instruções para comer. No prato, deve colocar-se o arroz, depois a carne e adicionar alguns cubos de batatas fritas. Um pouco, Pouco, de molho da carne e... regar com chá preto que, sendo opcional - há quem goste mais só com o molho da carne - é para mim o que confere mais originalidade gustativa a este prato. Depois, à boa maneira oriental, ou para evitar injustos preconceitos, à boa maneira arcebispal, mistura-se tudo, carne com arroz com batatas com molho com chá e toca a comer que já se vai fazendo tarde e isto até nem fica com mau aspecto (aqui, as minhas desculpas. Adiei a foto para o produto final já no prato mas a gula sobrepôs-se).
Nunca sei fazer igual duas vezes. Hoje vai ser assim. Para o almofariz, pimentas branca e preta, alho picado (de frasco), alecrim, oregãos, pimentão doce, sumo de limão, tempero para frangos Pingo Doce (pouco, é muito "forte" e muito salgado), mostarda (normal, sem adornos), alho fresco cortado, sal (pouco). Tudo esmagado e misturado com o pilão (Atenção homens: se esta palavra vos suscita dúvidas, não se precipitem. Perguntem). Cá em casa a distribuição é: pai, dois peitos (sim, até no frango); mãe, duas coxas no máximo; filho, um peito; filha, uma a três pernas (do frango, não a filha), dependendo do nível de apreciação. Por isso a um frango acrescento uma perna e um peito. Gestão de recursos. Se fizer um frango e meio vai sobrar mais. Vai ficar barrado com o tempero num pirex com azeite, um pouco de sal e, antes, regado com vinho branco e um pouco de margarina até por volta das 6 horas.
1 lombinho cortado em cubos, 1 lata de grão, 1 de salsichas cortadas em rodelas, 1 de cogumelos laminanados, meio chouriço. Tacho alto com azeite, alho fresco cortado, louro, tempero mistura cebola e alho (uso uma marca Espiga). Passei a carne com sal pelo azeite com estes temperos, deixei semi-cozinhar, acrescentei vinho branco, os cogumelos, grão, salsichas e chouriço. Temperei com pimentas banca em pó. preta de moinho e verde em bagas, alecrim e cebolinho frescos, 1 colher de chá de pimentão doce (colorau) e 2 folhas de louro. Juntei um pouco de água, ferveu uns 20 min. e fica a apurar o resto do dia. Um pouco antes do jantar acrescento massa, fusilli (para "fugir" ao mais habitual macarrão piscado - não confundir com spagetti) água e o sal necessário (permite rectificar eventual excesso de sal que pode notar-se por ter ficado a apurar muito tempo). A massa pode ser cozida à parte, é mais fácil porque cozer no tacho da "mistela" tem a dificuldade de calcular a quantidade de água para cozer a massa sem deixar a coisa demasiado aguada, mas não fica tão bom. Como não sei aquilo de medir à colher nem para o arroz, é tudo a olho, a meu "truque" e quando cozo a massa ponho pouca água e se for preciso vou acrescentando. Fica mais demorado porque acrescentando água tem que se esperar que volte a ferver mas permite evitar que fique seco ou ensopado. A razão de deixar a massa para antes do jantar e não despachar já tudo: se eu cozesse já a massa, ia ficar a absorver toda a água do tacho e cozer demais. Fica a imagem do que está agora. Vou tentar lembrar-me de colocar uma foto do resultado final. (postado de telemóvel - isto é ao vivo e em tempo real - pelo que peço desculpas por acentos que desconfiguram)
O resultado final tem pouco que ver com a imagem anterior, pré-bechamel. Depois de colocar o dito molho sobre todo o pirex, forno a cerca de 170-180 graus durante uma horita e pouco e fica assim. No durante vou misturando, com cuidado para não desfazer o peixe, o bechamel com o leite e o azeite para tornar o molho uniforme. No fim deixo a superfície "corar" um pouco.
Medalhões de Pescada. Como? Não faço a mínima ideia. Pus a descongelar. Já vos digo.
A quase ausência de peixe aqui deve-se a três factos: - factor filhos e a sabida adoração das crianças por peixe (que é mais mito, reclamam sempre depois gostam). - é quase sempre grelhado, ficava ridículo fazer um post a mostrar o peixe com sal antes de grelhar e outro com o peixinho já grelhado e fazendo isto como faço directamente do telemóvel para o blogue e os senhores da Optimus não percebem que me deviam patrocinar, ainda me saia caro. - por exclusão de partes nos dias em que não há receita, foi peixe (ou isso ou esqueci-me. Ou é repetida)
Já com o lume ligado, tudo bem mexidinho até ferver, lume no mínimo e é só ir espreitando, uma mexidela de vez em quando e daqui por 1 horinha desligo.
O que é isto? A carne num tacho depois de passada já no mesmo por um pouco de azeite e três folhas de louro, adicionado um pouco de vinho branco e esmagado bem a carne com colher de pau para evitar as aglomerações. Depois desta operação acrescentei aquelas coisas coloridas: um pacote pequeno de polpa de tomate e outro também pequeno de molho bechamel (não é muito saudável mas da uma cremosidade e um sabor a coisa!).
... assim. Depois de bem amassado à mão (lavada, dispensam-se "temperos extra") até que a carne e temperos formem uma pasta. Para quê? Para evitar que mais logo ao cozinhar o picado se aglomere, forme grânulos. Fazendo isto antes, vai ficar todo soltinho, comme mi piacce. Será confeccionado ao final da tarde.
Isto é novilho picado temperado com sal, alho fresco picado, alho em pó, pimentas preta e branca, cominhos (muito) e 2 cabeças de cravinho. (costumo juntar o alho com 1 cebola pequena e meio chouriço picados no 1,2,3 mas não o único "chouriço" que existe nesta casa neste momento não estou disposto a sacrificar). Isto fica assim? Não fica...
O nome é uma pequena homenagem ao sítio onde descobri esta pérola. Há nos Modelo e Continente. É um rolo de carne recheado com queijo e fiambre, já vem tudo feitinho, com sal, com rede à volta e tudo (uma trabalheira para tirar depois, cortar fiozinho a fiozinho até a rede sair), é sô tirar da embalagem e por no pirex coberto de azeite. Prepara-se um tempero no almofariz com 4-5 cabeças de alho picado, pimentão doce, pimenta branca, louro (folhas, rasgadas em pedacinhos), uma pitada de sal, azeite para criar uma pasta. Rega-se o rolo com vinho branco, barra-se com a pasta - a melhor maneira é mesmo à mão para ficar bem espalhado. Aqui, não se perde nada em, podendo, temperar umas horas antes de cozinhar. Pode juntar-se um pouco de margarina para tornar o molho mais cremoso, liga-se o forno - no máximo até ferver, depois baixar para 170 graus - e chega a parte chata. Ao contrário da maior parte dos assados no forno, neste temos que estar por ali. Por duas razões, uma é mais coisa minha, a outra uma necessidade. Não sei se generalizo mal mas pelos exemplos que vejo constato que as mulheres conseguem cozinhar com tal confiança que chegam a ir fazer outra coisa, noutra divisão da casa, enquanto a comida "prossegue". Isto para um homem é impensável, pelo nenos para o homem que cozinhou aquele rolo ali em cima. Eu tenho que estar na cozinha nem que sejam as 5 horas que o peru de natal demora a assar. Por estar ali na cozinha, aproveito para estar sempre a regar os assados. Demora a assadura mas melhora o sabor e a tenrura (isto existe?) da carne. Como este rolo esteve e está coberto com a pasta do tempero, em vez de a deixar dourar, "raspo" com uma colher, misturo com o molho e volto a regar a carne. Para facilitar marco períodos de 10 minutos no temporizador - não me esqueço de regar e controlo o tempo total. O que faz com que mesmo que não queiramos ser assim tão dedicados à causa jantaristica obrigue a ir espreitando e, caso aconteça, mexer regularmente o molho e o facto de por vezes o queijo começar a sair (ganha-se no sabor do molho o que se perde em recheio), mas é necessário ir "dissolvendo" o queijo que sai no molho, caso contrário, coze. Independentemente de como seja feito - pode simplesmente contar 1 hora, regar uma ou duas vezes e pronto - fica sempre bom, acompanhado com um arrozinho branco para encharcar em molho. Antes de cortar às fatias - faca eléctrica é a melhor para fatiar estas carnes assadas no forno - não esquecer tirar a rede. Já comia...
Forno desligado. Resultado final com bom aspecto. Como tem bastante molho (por causa do vinho branco, gordura pouca) pode ser aquecido antes de servir. Se isto tudo (mais um arrozinho branco para acompanhar a carne) não der para 9, vão jantar fora!
Quando o lombo está quase assado e antes que toste por cima, cobri cada um dos nove nacos de carne com uma rodela de chourição e cobri com queijo mozzarella ralado, para dar um calor final (forno a 200) e deixar tostar o chourição e gratinar o queijo.
Ei-las prontinhas. Quando ficam douradas mas ainda rijinhas, a meio caminho entre o cozido e o frito, começa-se a juntar o arroz aos poucos, misturando bem até que o arroz aloure também com o azeite. E está pronto. Mais logo é só aquecer. Entretanto tirei o lombo do forno para o preparar para a fase final.
Cá estao elas, as minhas meninas. Ou o que sobra do que com casca eram dois imponentes kg de gambas cozidas, estão numa magnífica frigideira gigante que arranjei no Lídl mergulhadas em azeite, muito alho picado, piri-piri moido, pimentas preta, branca e da Jamaica, tabasco, gin e uma pitada de sal (pouco porque as gambas já têm sal), tudo isto previamente misturado em azeite num almofariz e colocado no azeite aquecido na frigideira logo seguido das gambas para não deixar o alho torrar. Depois é deixar fritar um pouco as gambas sem deixar que comecem a mirrar, apenas alourar.
3 lombinhos de porco (daqueles já limpos de gordurongas) cortados em 3 (dá para 9 pessoas, quem quiser repetir fica mal visto), um pirex com o fundo coberto de azeite, pimenta preta, alho fresco em fatias, sal. Disponho os nacos de lombo sem se sobreporem, rego com vinho branco (se me esqueço de por o vinho antes dos temperos é uma chatice porque depois vai "lavar" o tempero), tempero por cima com - por esta ordem - sal grosso, pimenta preta, pimenta branca, pimentão doce, cominhos, alecrim, alho em pó. Ao lado da carne, no azeite, 3 cabeças de cravinho. Fica ali no forno uns 40 minutos a 170-180 graus (regando de vez em quando para não secar) enquanto eu prossigo para os bichos e respectivo arroz.
Na minha velhina Sanyo pré-loja chinesa (onde se vendem agora) estas verdadeiras Bimbis do arroz. Não há melhor para o cozer (basmati). Põe-se o arroz, sal, água (até ficar uma falange acima do "nível" do arroz), tampa, botão kook. Depois é deixar respirar, evaporar a humidade para o arroz ficar soltinho. Enquanto isso, preparei o prato que se segue e atirei-me a descascar 2kg dos bichos que hão-de acompanhar este arroz.
Vou agora ali começar a atirar-me de cabeça a um arroz de gambas e uns lombinhos no forno. Irei mostrando.
Não teve desenvolvimentos. A fome falou mais alto e comeu-se sem foto. O resultado final, contudo, é apenas mais "bonitinho", o prato em si, está todo aqui, é assim de simples. Preparar, por ao forno, tirar, comer. Cada vez me convenço mais que é das refeições mais práticas e saudáveis (uso pouquissima gordura).
Já está no forno. Não tinha frango inteiro, usam-se 4 pernitas e 3 peititos, para 4 chega e sobra. Ali ao lado estão umas cebolinhas pequenas inteiras descascadas e batata em cubos (não tenho cá daquelas batatinhas pequenas).
O tempero: azeite no fundo, depois o frango, vinho branco, alho (fresco) sobre o azeite, alho picado (de fraco) sobre o frango, pimentão doce, pimenta preta de moinho, branca em pó (pimenta, bem entendido), um pouquinho de sumo de limão, sal. Acrescento um pouco de margarina, só o suficiente para dar uma consistência "interessante" ao molho.
Virei o frango, cebolas e batas agora, Deve demorar coisa de 1 hora e meia. Assa em 1 hora mas eu gosto de regar a superfície para não deixar secar e o abrir frequente da porta arrefece o forno e atrasa a assadura.
Baixo também para 150º para não desperdiçar calos, no fim subo para 200 para tostar um pouco a pele.
Já mostro.
(agradeço a sugestão do bacalhau com broa mas fiz há dias, bacalhau no forno com espinafres e broa de milho. Da próxima vez mostro).
Aceitam-se sugestões.
Agora já cozido, cortadinho, aproveita-se tudo. Um chouricito cortado Às rodelas, cebola e alho picaods frossos na água de cozer o polvo, junto o arroz (agulha, extra longo), junto logo o polvo e o chouriço, tempero com 2 cabeças de cravinho, piri-piri, pimentas branca e preta, majericão e alecrim selvagem em folha. Junto 1 tomate fresco muito maduro cortado aos pedaços, sal e muita água.
E, vê-se mal mas passado coisa de 1 hora, mexendo pouco, deu isto:
Parece um bocado seco e está, mas é por cima. Logo mais, uma horita antes do jantar, quando estiver bem apurado, deixo ferver novamente com um pouco mais de água e fica "malandrinho" outra vez, como se acabado de fazer (para isso convém deixar o arroz malcozido porque ele continua a cozer e a beber a água do tacho depois de desligado o lume).
A ver se me lembro de mostrar depois no prato... (/enquanto a internet não tem cheiro... e sabor...)
Polvo directamente do congelador para a panela, pouca água (o super-hiper-mini-mercado oferece a restante), sal, uma cebola inteira descascada. 1 horinha a ferver. Já volto.
finalmente,
dia 26 de Março,
numa livraria perto de si: